terça-feira, 18 de março de 2014

O Evangelho da Prosperidade - John Piper




Por quê crer em um Planejador Inteligente do Universo?

"No princípio criou Deus o céu e a terra" [Gênesis 1:1 ACF].

Esse é o primeiro versículo da Bíblia, trata do mais antigo momento citado em toda a Escritura e trata do mais antigo momento a que interessa a todos: o início de tudo. O homem anseia por descobrir suas origens; milhões de dólares já foram investidos em pesquisas para descobrir os detalhes que rodeiam esse fato. Mas o que vemos, na verdade, é que há muitas controvérsias rodeando esse fato. Uns acreditam que o Universo surgiu "do nada", em uma explosão cósmica denominada Big Bang, desencadeando uma série de processos naturais evolucionistas e culminando no mundo que conhecemos hoje. Outros acreditam que houve um Planejador Inteligente, um Deus, que criou tudo e determinou todos os postulados para que chegássemos onde estamos atualmente.

Quero tratar acerca das evidências que me levam a crer na existência de um Planejador Inteligente que criou e organizou tudo aquilo que conhecemos por Universo, seja biológico ou não. Não pretendo nesse post, mesmo compondo o bojo de minhas crenças, lançar apologias acerca do Cristianismo, do Protestantismo ou do movimento evangélico. A discussão se fará dentro da problemática da "criação". Por conta disso, priorizarei o termo "Planejador Inteligente" ao invés de "Deus", não para desabonar a obra de Deus, mas apenas para não relacionar o artigo a uma apologética cristã. Pretendo, então, apresentar uma crítica às teorias que afirmam a auto-criação do Universo e descartam a plena interferência de um Planejador Inteligente.

Em primeiro lugar, quero expressar minha concordância com as seguintes afirmações:
  • Max Plank (físico alemão considerado o pai da física quântica) afirmou que a fé no milagre cederia inevitavelmente terreno ao avanço da ciência; e
  • Richard Dawkins (biólogo britânico e um dos maiores militantes do ateísmo atualmente) afirmou que os cientistas algum dia entenderiam o funcionamento do universo e assim eliminariam a necessidade de explicações milagrosa.
Não creio que a concordância com tais afirmações represente alguma negação da obra de Deus. Vemos muitos supersticiosos classificando como milagre aquilo que não conseguem explicar e, para justificar sua ignorância, "jogam a bola" para Deus. Desejo que a ciência evolua a tal ponto que esse tipo de pensamento simplista seja eliminado. Quando chegarmos a esse ponto, poderemos distinguir com clareza as fronteiras da ciência e os verdadeiros atos de Deus. Esses não serão afastados pelo avanço da ciência, pois não se baseiam na ignorância, mas são confirmados pelo peso das evidências científicas e históricas.

Um ponto que deve estar claro para a boa compreensão da ação de um Planejador Inteligente na obra de criação de universo é que as evidências de fatos antagônicos não são provas conclusivas da não ocorrência de algo. Vamos tomar por exemplo a Ressurreição de Cristo: David Hume (grande filósofo e historiador escocês do século XVIII) afirma que as evidências em favor da uniformidade da natureza são tão conclusivas que quaisquer evidências de milagres jamais poderiam suplantá-las e que, portanto, a ressurreição de Cristo não pode ser verdadeira. Esse fato, no entanto, não tem peso para derrubar a tese da ressurreição, pois não evidencia fatos contrários à ressurreição de Cristo, apenas trata da uniformidade da natureza. Todos sabem que os mortos não costumam levantar dos túmulos com frequência, mas esse fato de forma alguma nega que Cristo ressuscitou. Não há contradição alguma aqui. Portanto, evidências evolucionistas de forma nenhuma servem de base para negar a existência de um Planejador Inteligente na criação do universo, pois não há contradição - infelizmente nem os evolucionistas e nem os criacionistas se deram conta desse fato em sua maioria.

O grande filósofo alemão Immanuel Kant propõe, em sua excelente obra "A Crítica da Razão Pura", diz que toda a nossa intuição, ou seja, a maneira como nos relacionamos com os fenômenos (materiais ou não), possui dois princípios a priori: o tempo e o espaço. Então, filosófica e cientificamente podemos afirmar que o universo (em sua primeira manifestação embrionária) surgiu em algum ponto do passado finito, ocupando certo lugar no espaço. Stephen Hawking (físico britânico e um dos mais consagrados cientistas da atualidade) afirmou, em um artigo chamado The Nature of Space and Time (publicado em 1996 pela Princeton University Press), que "quase todos agora acreditam que o universo, e o próprio tempo, tiveram início no Big Bang". Como algo não pode simplesmente surgir do nada e pelo nada, tem de haver uma causa que transcende além do tempo e do espaço que trouxe à existência o universo.

Vemos que nem os próprios ateus concebem a crença de que tudo foi criado do nada. Kai Nielsen (um dos mais consagrados ateus da filosofia contemporânea) disse certa vez (em sua obra Reason and Practice): "Suponha que você repentinamente ouça uma forte explosão [...] e você me pergunte: 'O que causou essa explosão?', e eu responda: 'Nada, ela simplesmente aconteceu'. Você não aceitaria isso". O próprio David Hume (famoso cético já citado anteriormente) afirma ser um absurdo afirmar que algo poderia surgir sem uma causa. Podemos, então, afirmar que uma vez que o Universo em determinado momento passou a existir, há portanto uma causa para sua existência, há "algo" que causou sua existência. Isso aponta para um Criador, um Planejador Inteligente.

Mas não apenas o fato da criação do Universo, mas sua complexidade e ocorrência de um conjunto amplo de condições extremamente restritas que possibilitariam sua existência apontam para a ação de um Planejador Inteligente. Nos últimos anos, a ciência descobriu que o Big Bang não foi um acontecimento caótico, mas sim algo muito bem ordenado e que demandou grande quantidade de informação. Stephen Hawking (em sua obra A brief history of time) afirmou que se a taxa de expansão do universo no primeiro segundo após o Big Bang tivesse sido menor em até mesmo "uma parte de cem mil milhões de milhões", o universo teria implodido em uma bola de fogo. O físico inglês Paul Charles William Davies (em sua obra Other Worlds) disse que as chances das condições iniciais serem inadequadas para a formação das estrelas (e consequentemente dos planetas e da própria vida) é um número seguido de pelo menos "mil bilhões de bilhões de zeros". Afirma também que se a força da gravidade diferisse em somente "uma parte de dez seguida por cem zeros", jamais poderia a vida ter existido na Terra. Existem cerca de cinquenta constantes e quantidades que devem ser balanceadas em um grau matemático infinitesimal para que qualquer vida seja possível. É impossível, dado esse cenário, conceber que tudo foi criado ao acaso; a precisão matemática da ocorrência de todos dos muitos fatores que condicionam a criação do Universo e da vida é tão precisa que atingimos uma situação chamada de "probabilidade especificada", onde o acaso é eliminado acima de qualquer dúvida razoável. Isso tudo aponta para a existência de um Planejador Inteligente na criação.

O mesmo Planejador Inteligente que esteve presente na criação do Universo esteve por trás da criação da vida. E da mesma forma, muitas teorias tentam negar esse fato afirmando que a vida surgiu de uma reação bioquímica espontânea. Em 1924, o bioquímico russo Alexander Oparin afirmou que as combinações moleculares complexas e suas funções vitais surgiram a partir de moléculas mais simples que pré-existiam na Terra original. Em 1928, John Burdon Sanderson Haldane, geneticista e biólogo britânico, afirmou que a luz ultravioleta, atuando na atmosfera primitiva da Terra, fez com que os açúcares e os aminoácidos se concentrassem nos oceanos, fazendo com que a vida emergisse dessa "sopa pré-biótica". Contudo, conforme o próprio Alexander Oparin, a atmosfera da Terra nessa época deveria necessariamente ser composta de amônia, metano e hidrogênio para que existissem condições da vida surgir conforme teorizado. No entanto, esse cenário nunca foi comprovado. Os cientistas idealizaram um cenário hipotético para sustentar suas teses, preparando-o de antemão no intuito de obter os resultados desejados. Mas a partir de 1980 os cientistas da NASA (agência espacial norte-americana) mostraram que a Terra primitiva tinha sua atmosfera composta por água, dióxido de carbono e nitrogênio. E esse cenário não tem condições de sustentar a teoria de que a vida surgiu espontaneamente pela reação de açucares e aminoácidos, como tem sido afirmado.

Muitos afirmam que a vida na Terra teria vindo do espaço, de uma civilização mais avançada que teria enviado compostos orgânicos para nosso planeta, ou simplesmente de meteoritos que teriam caído aqui com tais compostos. Em minha opinião pessoal, acho uma ideia absurda e não vejo como isso pode ser mais plausível do que crer na existência de um Planejador Inteligente; ter que recorrer a "homens do espaço" para tentar negar a existência de um Criador é, a meu ver, sinal de desespero para quem não quer acreditar na verdade. Além do mais, essa teoria não resolve o problema da criação da vida, mas apenas transfere o problema para "outro planeta".

Até agora os cientistas não chegaram a uma conclusão acerca da origem da vida. Tentam teorizar muita coisa, mas quanto mais estudam mais veem o tamanho do problema da origem da vida e mais veem o quanto estão longe de uma explicação natural para isso. Se não há uma explicação natural, nem sequer uma possibilidade de encontrá-la, penso ser pertinente considerar uma explicação sobrenatural. Com base em todas as evidências até então encontradas, o mais razoável é crer na ação de um Planejador Inteligente na criação do Universo e da vida.

Considerando todas as evidências encontradas até agora no tocante à criação da vida e do Universo, aqueles que acreditam que o Universo e a vida surgiram do nada, de forma espontânea, precisam ter muito mais fé do que aqueles que concluem racionalmente que existe um Planejador Inteligente.

"Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele" [Colossenses 1:16-17 ACF].



Legenda das versões bíblicas utilizadas:
ACF: Almeida Corrigida e Fiel

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A Bíblia e a doutrina dos Mórmons

"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema" [Gálatas 1:8 ACF].

O aspecto mais evidente à primeira vista acerca da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (conhecida como Igreja dos Mórmons) é que não se trata do mesmo evangelho seguido pelos demais cristãos. Essa evidência é vista logo na capa do Livro de Mórmon (um dos quatro livros sagrados dos Mórmons) onde diz ser um "outro testamento de Jesus Cristo" [clique aqui e veja].

Fundada por Joseph Smith, teve suas doutrinas reveladas diretamente a Smith por um anjo chamado "Moroni" (filho de Mórmon), que lhe entregara o Livro de Mórmon escrito em placas de ouro. A própria história da fundação dessa igreja representa uma distorção do princípio bíblico que Paulo apresenta em Gálatas 1:6-9. O fato de basear sua crença em um "outro testamento de Jesus Cristo" descredencia-os de se intitularem "cristãos". Esse outro testamento, que representa o Livro de Mórmon, é visto pelos adeptos dessa seita como mais importante do que a Bíblia. Além do Livro de Mórmon e da Bíblia (que afirmam ser um dos livros sagrados da seita), possuem os livros Doutrinas e Convênios e Pérola de Grande Valor. Há também as "Revelações do Profeta Vivo", que são as revelações que o atual presidente da seita recebe de seu deus e repassa aos seguidores. O apóstolo já nos alertava sobre tais falsos apóstolos, classificando-os como fraudulentos, mas que isso não é surpresa uma vez que o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz (c.f. 2 Coríntios 11:12-13).

Dentre as mentiras propagadas por suas literaturas podemos ver:
  • Diz que Deus possui um corpo de carne e osso como nós (Doutrinas e Convênios 130:22). A Bíblia, no entanto, diz que Deus não é homem (c.f. Números 23:19), que Deus é Espírito (c.f. João 4:24);
  • Diz que a Grande Tribulação, que precederá o momento da volta de Cristo, se inciará no estado americano da Carolina do Norte (Doutrinas e Convênios 130:12). A Bíblia não afirma claramente onde começará esse evento, mas Jesus falava de Jerusalém quando o proferiu (ver Mateus 24Marcos 13Lucas 21);
  • Baseado no Livro de Mórmon (em 2 Néfi 2:25) dizem que a queda de Adão não representa algo ruim, pois permitiu aos homens ser felizes e progredir. A Bíblia, por sua vez nos diz em Romanos 5:12-14 que a queda de Adão trouxe morte. Não consigo ver como isso pode ser motivo de alegria;
  • Afirmam que Cristo e o Diabo são irmãos (Doutrina Mórmon por Bruce McConkie). A Bíblia afirma que não há comunhão entre as trevas e a luz (c.f. 2 Coríntios 6:14);
  • Em 3 Néfi 8:1 o Livro de Mórmon afirma que não é possível que alguém faça milagres em nome de Jesus sem que sua vida esteja limpa. Contudo, o próprio Cristo afirma que muitos viriam em Seu nome para enganar a muitos (c.f. Mateus 24:5, 24), seriam falsos cristos e falsos profetas, ou seja, pessoas cujas vidas não são limpas como afirma o Livro de Mórmon que seria;
  • O Livro de Mórmon cita, além dos doze apóstolos que Cristo chamou, mais doze (c.f. 3 Néfi 19:4). Após Néfi ter sido batizado (não há qualquer menção de quem o batizou) ele saiu das águas e passou a batizar os outros onze que Jesus teria escolhido. Após, Jesus teria descido dos céus e, no meio deles, teria concedido o Espírito Santo. Contudo, não há qualquer passagem na Bíblia que mencione esses "outros doze" e nem qualquer evento que fale de outra vinda de Cristo após Sua ascensão no Monte das Oliveiras.
Além disso, uma série de eventos polêmicos e contraditórios marcam a Igreja dos Mórmons e o próprio Joseph Smith:
  • Sobre a primeira visão que Joseph Smith teria tido, não se sabe ao certo quando foi, pois há relatos de ocorrerá quando ele tinha 14 dias, outros textos falam em 15, 16 e 17 anos;
  • Joseph Smith afirma que o Pai e o Filho lhe apareceram em visão. No entanto, Brigham Young (presidente da Igreja dos Mórmons) afirmou que na verdade foi um anjo que lhe aparecera;
  • Em 1832 Joseph reivindicou ter tido só uma visão de Cristo, mas em  1835 outra versão diz que ele viu só um anjo. Na versão de1838 ahistória muda para o Pai e o Filho;
  • Smith, em sua juventude, trabalhava como caçador de tesouros e, por conta disso, já esteve envolvido em diversas confusões e em 26 de março de 1826 foi julgado e preso por fraude;
  • Sua morte também ocorrera de forma polêmica. Smith foi assassinado na Cadeia de Carthage onde cumpria pena por fraude bancária. Antes de ser alvejado pelos disparos que ceifaram sua vida, ele reagiu ferindo cinco de seus algozes com disparos de arma de fogo.
Sobre esses eventos, vemos mentira e violência praticadas por Joseph Smith, indo contra princípios Bíblicos e ensinamentos de Jesus.

Sobre a salvação eterna, o livro de Doutrina e Convênios diz, no capítulo 76, que existe em 3 níveis:
  • Celestial: o mais elevado grau da glória – o céu. Local para os que aceitaram a Cristo, acreditaram em seus ensinamentos, foram batizados e guardaram os Seus mandamentos. Os que herdam o Reino Celestial recebem toda a glória e podem progredir e se tornar perfeitos assim como Deus e Jesus (ver Isaías 42:8 e Isaías 48:11);
  • Terrestre: é o 2º dos 3 graus, destinado àqueles que não tiveram oportunidade de aceitar  o evangelho nessa vida, mas o aceitaram no mundo espiritual. Esses não habitarão com Deus, mas receberão a visita de Jesus e do Espírito Santo;
  • Telestial: local destinado àqueles que não aceitaram a Jesus e seu evangelho e que não se arrependeram de seus pecados. Só serão visitados pelo Espírito Santo (ver Marcos 16:16; Apocalipse 21:8; 2 Tessalonicenses 1:82 Tessalonicenses 2:12; João 8:24; João 3:18, 19, 36; Apocalipse 20:15; João 12:47-48).
Por todas essas falhas teológicas e de caráter de Joseph Smith (visto pelos mórmons como um escolhido do Senhor para a restauração do evangelho de Cristo), o mormonismo não possui credenciais bíblicas que o qualifiquem como igreja de Cristo. Há muitos outros fatos sobre Smith, sobre  a igreja que fundou e sobre sua teologia que ratificam o descredenciamento de Smith e da Igreja dos Mórmons como enviados do Senhor para restauração do evangelho, mas creio que os apresentados já podem testemunhar efetivamente contra a mentira mórmon.

Disse Jesus: "Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" [João 6:37 ACF]. Portanto, há também salvação para o Mórmons, desde que abandonem suas práticas hipócritas e professem a verdadeira fé em Cristo, tendo em Seu sacrifício o caminho para a salvação (c.f. Hebreus 9:28; Hebreus 10:10, 12).

"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" [João 3:16 ACF].



Legenda das versões bíblicas utilizadas:
ACF: Almeida Corrigida e Fiel

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A Bíblia e a doutrina das Testemunhas de Jeová (TJ)

"No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus [...] E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" [João 1:1, 14 ACF].

"Antes de ser criado o mundo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus [...] A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai" [João 1:1, 14 NTLH].

"No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era [um] deus [...] De modo que a Palavra se tornou carne e residiu entre nós, e observamos a sua glória, uma glória tal como a de um filho unigênito dum pai; e ele estava cheio de benignidade imerecida e de verdade" [João 1:1, 14 TNM].

A três passagens anteriores, que apresentam o mesmo texto bíblico (João 1:1 e 14), retratam de forma concreta um dos principais pontos que classifica a organização Testemunhas de Jeová como uma seita cristã herética. Nas duas primeiras, utilizamos duas versões bem distintas da Bíblia e amplamente utilizadas no meio evangélico: 1) a Almeida Corrigida e Fiel (da Sociedade Bíblica Trinitariana), uma tradução a partir do Texto Tradicional (ou Textus Receptus) e feita através da técnica de equivalência formal, e 2) a Nova Tradução na Linguagem de Hoje (da Sociedade Bíblica do Brasil), uma tradução feita pela técnica de equivalência dinâmica ou funcional a partir do Texto Crítico. Contudo, a teologia expressada em ambas as passagens são semelhantes: confirma a divindade de Cristo, posicionando como UM junto ao Pai, ou seja, ambos são apenas um, são Deus. Para o último texto, no entanto, foi utilizada a versão bíblica feita pela Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, que é o verdadeiro nome das Testemunhas de Jeová. Nesse texto, vemos extraídas a qualificação divina de Cristo, afirmando que, apesar de estar com Deus, Ele não era Deus, mas apenas um deus e não O Deus; diz também não ser merecedor da benignidade do Pai que estava Nele.

Esse é um ponto doutrinário muito evidente nas Testemunhas de Jeová: negam veementemente a divindade de Cristo e afirmam que é apenas um anjo criado, que é o arcanjo Miguel. Além disso, negam vários ensinamentos centrais do Bíblia: negam a ressurreição corporal de Jesus, negando sua obra redentora; negam que o Espírito Santo é Deus; negam que a salvação é uma dádiva gratuita de Deus, mas que tem que ser conquistada afiliando-se na igreja das Testemunhas de Jeová e trabalhando em sua obra; negam a punição eterna para o ímpio, mas dizem que deixarão de existir; negam que o ser humano possui um espírito que mantém-se consciente após a morte; afirmam que a vida eterna na presença de Deus é apenas para um grupo seleto de 144.000 pessoas; negam a doutrina da Trindade.

Outro ponto forte que nos diz acerta da natureza herética desse movimento é a adulteração das Escrituras Sagradas. Vamos comparar alguns textos entre as versões ACF (cristã) e TNM (TJ).

1. Romanos 9:5 (sobre a divindade de Jesus)

ACF: "Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém."

TNM: "a quem pertencem os antepassados e de quem [procedeu] o Cristo segundo a carne: Deus, que é sobre todos, [seja] bendito para sempre. Amém."


2. Colossenses 1:16 (sobre a divindade de Jesus)

ACF: "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele."

TNM: "porque mediante ele foram criadas todas as [outras] coisas nos céus e na terra, as coisas visíveis e as coisas invisíveis, quer sejam tronos, quer senhorios, quer governos, quer autoridades. Todas as [outras] coisas foram criadas por intermédio dele e para ele."


3.  Hebreus 1:8 (sobre a divindade de Jesus)

ACF: "Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino."

TNM: "Mas, com referência ao Filho: “Deus é o teu trono para todo o sempre, e [o] cetro do teu reino é o cetro da retidão."


4. Atos 13:52 (sobre o Espírito Santo)

ACF: "E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo."

TNM: "E os discípulos continuavam cheios de alegria e de espírito santo."


5. Gênesis 1:2 (sobre o Espírito Santo)

ACF: "E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas."

TNM: "Ora, a terra mostrava ser sem forma e vazia, e havia escuridão sobre a superfície da água de profundeza; e a força ativa de Deus movia-se por cima da superfície das águas."


Outro ponto a ser destacado é a quantidade de falsa profecias sobre o fim do mundo. Os seguintes anos já foram previstos por eles: 1914, 1915, 1918, 1925, 1941, 1975, 2000. Predisseram que abraão, Isaque e Jacó seriam ressuscitados e voltariam à Terra em 1925. Sobre falsas profecias diz a Bíblia: "E, se disseres no teu coração: Como conhecerei a palavra que o Senhor não falou? Quando o profeta falar em nome do Senhor, e essa palavra não se cumprir, nem suceder assim; esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou aquele profeta; não tenhas temor dele" [Deuteronômio 18:21-22 ACF]. Contudo, para justificar a falhas nas profecias, utilizam-se do texto de Provérbios 4:18, afirmando que a profecia é progressiva, portanto não estaria totalmente revelada.

Sobre a salvação, dizem que o céu está destinado apenas para os que chamam de "pequeno rebanho", que são os filhos de Deus, composto por 144.000 pessoas eleitas (baseados em uma interpretação equivocada de Apocalipse 7:4). Os demais, os quais chamam de grande rebanho, seriam o netos de Deus, que herdarão um suposto paraíso terrestre.

Além de tudo isso, afirmam que a Bíblia não suficiente para orientar, lançando mão de outras publicações (elaboradas apenas por seus líderes) para complementá-la. São proibidos de ler materiais que não sejam publicados pela Sociedade Torre de Vigia.

Seus lideres mantêm uma postura de imposição de medo em seus adeptos para estabelecer suas doutrinas. Dizem que aqueles que não são adeptos de seus ensinamentos serão destruídos no Armagedon (guerra entre o bem e o mal no final dos tempos). Proíbem a transfusão de sangue, preferindo a morte de um ente querido a essa prática impetrada pela igreja. Qualquer que vão contra essas regras, estariam destinados à destruição no Dia do Juízo Final.

Um ponto de muito destaque em suas práticas é a desassociação dos que são considerados "rebeldes", ou seja, aqueles que abandonam as falsas doutrinas das Testemunhas de Jeová. Nesses casos, os membros são orientados a não mais manter relações com ex-membros, ignorá-los, abandoná-los. Seguem abaixo alguns trechos retirados de publicações da Sociedade Torre de Vigia tradando desse assunto:

Que dizer se o filho começar a proclamar ou profetizar algo contrário à mensagem do Reino e tentar influenciar erradamente a organização, fazendo isto em nome de Jeová? Que devem fazer o pai ou mãe dedicados e batizados? Eles não ousariam deixar suas emoções descontroladas, eles não ousariam poupar mesmo esta pessoa querida cujo nascimento carnal causaram. Têm de lhe declarar a pecaminosidade mortal do seu falso profetizar ou oposição ao profetizar do Reino. Eles não podem aguentar ter mesmo o seu próprio filho falando falsidades em nome de Jeová. Eles têm de o trespassar devido ao seu falso profetizar. Eles têm de considerá-lo como espiritualmente morto para si mesmos, como alguém com quem não se deve ter qualquer associação religiosa e convivência e cujas profecias devem ser rejeitadas. (The Watchtower [A Sentinela], 1.º de outubro de 1961, p. 596 [em inglês]).

Portanto, as Testemunhas de Jeová chamam apropriadamente de “desassociação” a expulsão de tal transgressor impenitente e ser ele depois evitado. Sua recusa de terem associação com alguém expulso, em qualquer nível espiritual ou social, demonstra lealdade às normas de Deus e obediência à sua ordem. (A Sentinela, 15 de dezembro de 1981, p. 18)

Usam expressões associadas a violência. Abaixo um trecho onde lamenta-se que as leis cristãs e seculares proibisse que tais ex-membros fossem mortos:

Nós não estamos vivendo hoje entre as nações teocráticas onde tais membros da nossa relação familiar carnal podiam ser exterminados por apostasia de Deus e da sua organização teocrática, como foi possível e foi ordenado na nação de Israel no deserto do Sinai e na terra da Palestina [...] Estando limitados pelas leis da nação mundana na qual vivemos e também pelas leis de Deus [dadas] através de Jesus Cristo, só podemos tomar ação contra apóstatas até um certo ponto, isto é, consistente com ambos os conjuntos de leis. A lei da terra e a lei de Deus através de Cristo proíbem-nos de matar apóstatas, embora eles possam ser membros do nosso relacionamento familiar de carne e sangue. (The Watchtower [A Sentinela], 15 de novembro de 1952, p. 703 [em inglês]).

Outro trecho (abaixo) mostra o ódio que têm dos "apóstatas": 

Odiadores de Deus e do seu povo devem ser odiados, mas isto não significa que aproveitaremos qualquer oportunidade para provocar dano físico a eles num espírito de malícia ou rancor, pois tanto a malícia como o rancor pertencem ao Diabo, ao passo que o ódio puro não pertence. Temos de odiar no sentido mais verdadeiro, que é encarar com extrema e ativa aversão, considerar como uma abominação, odioso, nojento, detestar. Seguramente quaisquer odiadores de Deus não merecem viver nesta bela terra. (The Watchtower [A Sentinela], 1.º de outubro de 1952, p. 599 [em inglês]).

Essa postura vai totalmente ao desencontro daquilo que Cristo nos disse: "E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" [Mateus 22:37-40 ACF].

Esses são apenas alguns pontos que destacamos para que possamos expor a realidade das Testemunhas de Jeová que, sem base alguma, afirmam ser a verdadeira igreja de Cristo. Não o fazemos para incitar o ódio contra eles, pois se assim o fizéssemos, estaríamos concordando com as mesmas práticas pecaminosas que destacamos aqui. Essa exposição serve para estarmos atento à verdade muitas vezes omissas em suas pregações e para intercedermos junto à Deus para seus olhos sejam abertas e venham para a verdade de Cristo.

"Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo" [Tito 3:5].



Legenda das versões bíblicas utilizadas:
ACF: Almeida Corrigida e Fiel
TNM: Tradução do Novo Mundo
NTLH: Nova Tradução na Linguagem de Hoje

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O Abracadabra Gospel

"Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome" [Filipenses 2:9 ACF].

O nome de Jesus, conforme as Escrituras, está acima de todo o domínio (c.f. Efésios 1:20-22); através deste nome os demônios são expulsos (c.f. Atos 16:18), os enfermos são curados (c.f Atos 3:6) e são realizados sinais e prodígios (c.f. Atos 4:30). A este nome todo joelho se dobrará (c.f. Filipenses 2:10); por este nome pecados são perdoados (c.f. 1 João 2:12).

Seu significado é "Salvação" (c.f. Mateus 1:21).

No entanto, temos visto que o nome de Jesus tem sido usado como um amuleto, um patuá, uma palavra mágica que transforma tudo aquilo que Deus rejeita em algo aceitável diante de Seus olhos; isso é uma heresia! A fórmula mágica que tem sido usada é simples: coloca-se o termo "gospel" junto àquilo que é abominável a Deus e... ZÁZ... tudo resolvido! O termo gospel virou algo como abracadabra para muitos cristão. Quando falado, tudo se transforma.

A origem da palavra abracadabra é incerta: não se sabe se possui etimologia aramaica ou hebraica. De qualquer forma, seu significado é: "crio enquanto falo". E é exatamente isso que muitos cristãos têm feito: falam que é santo e sentem que têm criado santidade às mais diversas obras seculares para que possam praticá-las "sem culpa".

A palavra gospel vem do inglês e é uma contração do termo God Spell, traduzido como Letra de Deus, ou Palavra de Deus; utilizada para mencionar as boas-novas de Cristo. No entanto, tem sido muito utilizada para misturar o santo e o profano, dar ao pecado uma cara de santidade, levando muitos cristãos às práticas pecaminosas da carne influenciados por um nome bonitinho, um nome mais gospel... Esses, esquecem-se das Escrituras que afirmam: "Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" [Romanos 12:2 NVI].

Um prática sobre a qual muitos cristãos tem borrifado sua fórmulazinha mágica é o Yoga. Através do "Holy Yoga" (ou "Yoga Santo") muitos dizem beneficiar-se das práticas físicas do Yoga, mas proclamando o nome de Jesus. Seu slogan é: "100% Jesus e 100% Yoga". O nome Yoga vem do sânscrito (língua da Índia, com uso litúrgico no hinduísmo, budismo e jainismo) e significa "união". Originado dentro do Hinduísmo (prática religiosa da Índia, onde mais de 300 milhões de deuses são cultuados), o Yoga propõe uma união entre o homem e o universo, através do esvaziamento da mente. Se buscarmos as reais filosofias que orientaram a criação do Yoga, veremos que foi criado por Shiva (um dos deuses da trindade hinduísta: Brahma, Vishnu e Shiva). Seu propósito real é atingir o Moksha, que é a liberação do ciclo de nascimento e morte; é transcender a existência. Essa prática, que tentam mascarar como gospel, que dizem que é para a glória de Deus, foi idealizada para adorar a um deus pagão, em uma cultura politeísta (onde vários deuses são cultuados), que é abominável a Deus. Além disso, vemos a mesma prática no budismo, onde ao invés do Moksha, busca-se atingir o Nirvana, que tem o mesmo significado. Vale salientar que o budismo é uma religião ateísta (ou seja, não se cultua deus algum).

Outra atrocidade que tem ganhado uma falsa designação cristã é o "Pornô Gospel". A proposta dessa prática é a educação sexual para cristãos através de filmes onde o ato sexual é explicitamente apresentado dentro de um "contexto bíblico". Segundo propagadores dessa ideia, os filmes assumem uma conduta bíblica pois é feito apenas com casais que são casados na vida real, não há qualquer relação extraconjugal. Práticas como sadomasoquismo, utilização de "brinquedos" que simulam um órgão genital, etc são proibidas; enfim, apresenta-se apenas práticas, comportamentos e falas que sejam respeitosos e admitidos pela Bíblia. Contudo, se definirmos a palavra "lascívia" veremos que é a característica daquilo que possui inclinação à sensualidade e ao despudor. Um ato sexual veiculado para apreciação de terceiros, mesmo que através de comportamentos de respeito mútuo que os cônjuges que apresentam tal ação, incita a lascívia, pois quem assiste vê a nudez de outro em um ambiente onde o objetivo é criar um sentimento de erotismo entre os cônjuges. Sobre isso, diz a Palavra: "Receio que, ao visitá-los outra vez, o meu Deus me humilhe diante de vocês e eu lamente por causa de muitos que pecaram anteriormente e não se arrependeram da impureza, da imoralidade sexual e da libertinagem que praticaram" [2 Coríntios 12:21 NVI]; "Tendo perdido toda a sensibilidade, ele se entregaram à depravação, cometendo com avidez toda espécie de impureza" [Efésios 4:19 NVI]; "Você sofrerá as conseqüências da sua lascívia e das suas práticas repugnantes, palavra do Senhor" [Ezequiel 16:58 NVI]; "Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem" [Gálatas 5:19 NVI].

Dentro do mesmo balaio do "Pornô Gospel" está o "Pole Dance for Jesus"; uma dança sensual praticada em bares de Strip Tease, mas, segundo seus adeptos, utilizada de forma a fazer as mulheres se sentirem bem consigo mesmas, sendo uma extensão da religião. Essa besteira tem sido ensinada em igrejas ditas cristãs. Estão trazendo para a igreja aquilo que é desejado no mundo. Diz a Palavra, como condenação do Senhor: "Além disso, todos os líderes dos sacerdotes e o povo se tornaram cada vez mais infiéis, seguindo todas as práticas detestáveis das outras nações e contaminando o templo do Senhor, consagrado por ele em Jerusalém" [2 Crônicas 36:14 NVI]; "Havia no país até prostitutos cultuais; o povo se envolvia em todas as práticas detestáveis das nações que o Senhor havia expulsado de diante dos israelitas" [1 Reis 14:24 NVI].

Já temos também Artes Marciais Gospel, Boteco Gospel, Balada Gospel, etc. São práticas totalmente desvinculadas do conceito de religião. Não podemos atribuir a elas um caráter cristão apenas por que são praticadas por quem crê em Cristo. Cabe a cada um julgar se deve ou não fazer parte disso. "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam" [1 Coríntios 10:23 ACF].

Estes são só alguns exemplos do que temos visto dentro de algumas igrejas. Temos que ter em mente que o nome de Jesus, ou o termo Gospel, não são palavras de ordem que torna santo aquilo que é impuro, ou que autorizam os cristãos a praticarem aquilo que Deus abomina. Vale ressaltar que não há um "Inferno Gospel", e aqueles que praticam as obras que são abomináveis ao Senhor receberão Seu julgamento, sendo "gospel" ou não.

"Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres" [Apocalipse 2:5 ACF].


Legenda das versões bíblicas utilizadas:
ACF: Almeida Corrigida e Fiel
NVI: Nova Versão Internacional

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

3ª Guerra Mundial

"E, quando ouvirdes de guerras e de rumores de guerras, não vos perturbeis; porque assim deve acontecer; mas ainda não será o fim" [Marcos 13:7 ACF].

Este é um assunto um tanto quanto batido dentre os que se interessam por escatologia e teorias da conspiração. Assim como muitos outros, tendo a ser um pouco cético, ou talvez apenas um pouco mais prudente, quanto a esse assunto devido à quantidade de diferentes teorias existentes. Facilmente encontramos vídeos na Internet dizendo que está ocorreria em 2013, 2012, enfim, desde 11 de setembro de 2001, as "profecias" para isso passaram a ser anuais. Hoje é 6 de fevereiro de 2014 e até agora não vi nenhuma manifestação dessa guerra.


Por anos, nomes como Saddam Hussein, Muammar Gaddafi, Osama bin Laden, Yasser Arafat, Fidel Castro, Mahmoud Ahmadinejad, Josef Stalin estiveram listados, por teóricos da conspiração e pregadores dos finais dos tempos, como beligerantes em um possível (e já previsto) conflito global. Os anos passaram e nenhum desses está mais no poder - com exceção de Castro e Ahmadinejad, os demais já estão mortos. 


Esses fatos fazem com que qualquer informação pertinente a isso que apareça seja vista como uma mentira, ou apenas como uma "possível (ou pouco-possível)" verdade. O estudo da escatologia requer humildade e qualquer afirmação deve ser feita com muita cautela e muita fundamentação, pois a Bíblia não é clara no que concerne a alguns detalhes desse conflito.


Há um documento, sobre o qual falaremos agora, muito conhecido de grupos antimaçônicos e teóricos da conspiração. É uma suposta carta, escrita em 15 de agosto de 1871, de Albert Pike (um dos mais destacados Soberanos Grandes Comendadores do Supremo Conselho dos 33 Graus do Rito Escocês Antigo e Aceito da Jurisdição Meridional dos Estados Unidos da América, líder do Supremo Conselho por trinta e dois anos ininterruptos) a Giuseppe Mazzini (maçom italiano, político de um movimento unificador da Itália no século XIX chamado Rissorgimento e fundador da MAFIA, cuja sigla significa Mazzini Autorizza Furti, Incendi, Avvelenamenti, ou Mazzini Autoria Furto, Incêndio e Envenenamento).

Nessa carta, Pike relata a Mazzini um plano de implantação de um governo mundial de filosofia luciferiana. Para tal, três guerras mundiais deveriam ocorrer. Segue abaixo, as descrições das três guerras:

"A Primeira Guerra Mundial deve decorrer de forma a permitir que os Illuminati derrubem o poder dos Czares da Rússia e garantir que esse país se torne um bastião do comunismo ateísta. As divergências causadas pelos agentes Illuminati entre a Alemanha e a Inglaterra serão usados para fomentar esta guerra. No final da guerra, o comunismo será criado e usado de forma a destruir outros governos e ainda para enfraquecer as religiões.

"A Segunda Guerra Mundial deve ser fomentada por forma a tirar vantagem das diferenças entre os Fascistas e os Sionistas políticos. Esta guerra tem de surgir de forma a que o Nazismo seja destruído e o Sionismo político se torne forte suficiente para instituir um Estado soberano de Israel na Palestina.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o comunismo internacional tem de se tornar forte suficiente de forma a contrabalançar a Cristandade, o qual deverá então ser refreado e contido em cheque, até ao momento em que nós voltaremos a necessitar dele para o derradeiro cataclismo social.

"A Terceira Guerra Mundial tem de ser fomentada de forma a tirar vantagem das diferenças causadas pelos agentes Illuminati entre os Sionistas políticos e os líderes do mundo Islâmico. Esta guerra tem de ser conduzida de forma a que o Islão (Mundo Árabe Muçulmano) e o Sionismo político (Estado de Israel) se destroem mutuamente. Entretanto as outras nações, mais uma vez divididas nesta matéria serão constrangidas a lutar até ao ponto de completa exaustão física, moral, espiritual e econômica. Nós iremos então libertar os niilistas e os ateus, e então iremos provocar um formidável cataclismo social em que em todo o seu horror mostrará claramente a todas as nações as consequências do ateísmo absoluto, origem de selvajaria e agitação sangrenta.

"Então por todo o lado, os cidadãos, obrigados a se defender eles próprios contra as minorias revolucionárias, irão exterminar esses destruidores da civilização, e a multidão, desiludida com o Cristianismo, cujos espíritos ficarão a partir desse momento sem compasso ou direção, ansiosos por um ideal mas sem saber para onde direcionar essa adoração, irão receber a verdadeira luz da manifestação universal da doutrina pura de Lúcifer, trazido finalmente aos olhos do público. Esta manifestação será resultado de um movimento reacionário geral no qual se seguirá a destruição da Cristandade e do ateísmo, ambos conquistados e exterminados ao mesmo tempo".

Sobre a descrição da primeira guerra, historiadores reconhecem a influência de Otto von Bismark (chanceler alemão ligado à Maçonaria que teria, junto com Albert Pike, Giuseppe Mazzini e Lord Palmerston) para o início da Primeira Guerra Mundial, através dos conchavos que fez (entre 1871 e 1898) com diversos países (após o assassinato de um herdeiro ao trono austríaco por um estudante nacionalista sérvio), levando-os à guerra.

Após a Segunda Guerra Mundial o Comunismo fortaleceu-se o suficiente para avançar sobre governos fracos. A Conferência de Potsdam, entre os vitoriosos da Segunda Guerra Mundial, realizada entre Harry Truman (EUA), Josef Stalin (Rússia) e Winston Churchill (Inglaterra), basicamente "jogou" nas mãos da Rússia comunista boa parte da Europa. Além disso, durante a guerra, a Rússia, no intuito de combater os japoneses, deflagrou a Operação Tempestade de Agosto (em 8 de Agosto de 1945), invadiu a Manchúria (norte da China) e derrotou o exército japonês, que dominava essa região e o norte da Coréia. Com a derrota do Japão, a regiões da Manchúria e do norte da Coréia (que hoje é a Coréia do Norte) passaram a ser dominadas pela então formada URSS (União das Repúblicas Socialista Soviéticas) e disseminando em seu meio a filosofia comunista.

Desde os ataque de 11 de setembro de 2001 aos EUA, vê-se um crescimento sem precedentes da instabilidade entre Judeus e Muçulmanos (árabes e palestinos), o que está em linha com o que foi exposto sobre as causas da possível Terceira Guerra Mundial. E em paralelo, vemos aumentando grandemente as dissenções entre cristãos e ateus nos últimos anos, fomentadas pelas atuais discussões de idéias liberais e humanistas. Os conflitos verbais entres os grupos tem se tornado mais inflamados e vemos claramente, em ambos os lados, uma intolerância crescente. Vale salientar que muitos dos pontos de discórdia entre os grupos têm se tornado material de leis governamentais, o que aviva ainda mais o fogo da discórdia.

Essa carta estaria na livraria do Museu Britânico em Londres (até 1977) e teria sida copiada em 1925 pelo Cardeal Caro y Rodriguez (de Santiago, no Chile) e posteriormente divulgada por um oficial naval canadense chamado William Guy Carr. O Museu, todavia, lançou nota afirmando que nunca tivera tal documento em suas posses.

Essa carta, no entanto, é tida como fraudulenta por entidades pró-maçonaria. Os que defendem essa hipótese afirmam que foi elaborada por Léo Taxil (pseudônimo de Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand Pagès), um controverso escritor francês que teria entrado na Maçonaria para denunciar suas práticas - foi expulo em dez meses, não chegando sequer ao primeiro grau. Posteriormente, teria vindo a público e dito que muitas de suas afirmações outrora feitas eram fraudulentas. Dentre elas, a tese de que a Maçonaria seria satanista e adoradora de uma entidade chamada Baphomet e que a Ordem Palladium (ordem hermética  e satanista reformada por Albert Pike) não existia.

Mas há dois detalhes que devem ser considerados:

  1. Segundo os que acreditam que a carta é fraudulenta, Léo Taxil teria elaborado em documento em 1907, ou seja, antes mesmo da Primeira Guerra Mundial. A visão apresentada no documento mostrou-se muito coerente com os fatos que vieram a ocorrer posteriormente nas duas primeiras batalhas descritas;
  2. Sobre suas afirmações acerca de Baphomet e da Ordem Palladium, onde dissera que eram invenções suas, vemos testemunhos de vários ex-maçons e ex-satanistas que descrevem situações exatamente iguais às supostas fraudes de Léo Taxil.

Este é um tema que não se esgota. Para cada hipótese encontrada, encontram-se quase a mesma quantidade de antíteses, o que torna o trabalho investigativo um tanto quanto penoso.

Destaquei esse texto por acreditar em sua veracidade; quando avalio o tema de maneira ampla, e não apenas os fatos concernentes a essa carta, vejo serem as hipóteses mais coerentes do que as antíteses. Todavia, é imprudente de minha parte afirmar ser esse documento de uma veracidade apodítica, incontestável. Mas ratifico minha posição a favor do mesmo com base nos fatos apresentado.

De qualquer forma, independente da veracidade ou não do texto, a Bíblia fala de um momento chamado de Grande Tribulação que, segundo o próprio Cristo, será "uma aflição tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá" [c.f. Marcos 13:19 ACF].

Considerando o cenário, temos que buscar a plena comunhão com Deus e falar do amor de Cristo àqueles que amamos, para que possamos nos alegrar ao vê-Lo vindo em poder e glória, e não fazer como as nações que lamentarão a ver Seu sinal (Mateus 24:30, Apocalipse 6:15-17).

Maranata! Ora vem Senhor Jesus!

"Mas, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; Porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão" [1 Tessalonicenses 5:1-4 ACF].



Legenda das versões bíblicas utilizadas:
ACF: Almeida Corrigida e Fiel

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Mapa da Perseguição Religiosa 2014

A Missão Portas Abertas concluiu a última relação dos 50 países onde a perseguição aos cristãos é mais intensa. Para maiores informações acesse o site da Portas Abertas.

Clique sobre o mapa para visualizá-lo em seu tamanho original.


Fonte: Missão Portas Abertas

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O Real Segredo da Maçonaria

"Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes" [Efésios 6:12 ARA].

A Maçonaria é uma fraternidade auto-definida discreta. Mas desde sua origem oficial (em 24 de junho de 1717, na Taverna A Macieira em Londres), sua "real" origem continua um mistério. Especula-se sobre sua origem, dividindo sua história em três fases: Maçonaria Primitiva (para eles, teria suas origens ligadas a seitas ocultistas do antigo Egito, aos Cavaleiros Templários ou até mesmo à construção do Templo de Salomão), Maçonaria Operativa (remonta aos pedreiros da Europa Antiga) e Maçonaria Especulativa (atual).

De qualquer forma, é esse clima de mistério que torna a Maçonaria tão atraente, tanto para os de fora (que pouco ou nada conhecem) quanto para os de dentro (que acham que conhecem e querem conhecer mais). Um ponto criticado pela Igreja Cristã e seus membros acerca da Maçonaria é a existência de muitos símbolos, rituais e conhecimentos secretos.

Esse mesmo clima de mistério tem desviado a atenção das igrejas e dos cristãos acerca do real segredo da Maçonaria. Temos visto muitos cristãos, para sanar sua curiosidade, atraídos por "segredos" como apertos de mão secretos, símbolos ocultos, rituais iniciáticos, frases e abreviações que identificam seus membros. São esses mesmos segredos que atraíram grande parte dos membros dessa fraternidade e tem os mantido lá. Tudo isso, na verdade, não representa mistério algum; uma simples busca na internet é suficiente para nos mostrar cada um desses "segredos". Não podemos julgar a espiritualidade de ninguém apenas pelo fato de ter um aperto de mão secreto com os amigos e algumas frases engraçadas que os identificam.

O problema da Maçonaria, que é de fato escondido dos cristãos e de até 99% dos maçons, é a verdadeira doutrina da Fraternidade. Vê-se doutrinas ocultistas da Cabala Judaica e da Bruxaria, seus grandes pensadores, como Aleister Crowley, Giuseppe Mazzini, Albert Pike, estiveram envolvidos com atividades antibíblicas (seitas ocultistas, satanismo, crime organizado, etc), muitos de seus símbolos são utilizados em diversos movimentos ocultistas (Wicca, Satanismo, Druidismo, etc).

Dentre os pontos doutrinários, vamos destacar apenas alguns:
  • Árvore da Vida (Sephiroth) e Árvore da Morte (Qliphoth): doutrina cabalística derivada do conceito da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal que, de forma resumida, trata de uma representação abstrata e não manifestada da divindade, que é incompreensível à mente humana. Para se ter uma ideia, na árvore da morte, uma das esferas (ou frutos) do conhecimento que são as sephiroth malignas (como são chamadas as qliphoth) é Samael, ou seja, Lúcifer; ele fica no terceiro nível. Isso passa uma ideia de que ele "não é tão mau", pois há, nesse contexto, sete entidades mais poderosas que ele;
  • Olho de Moloque (Olho de Hórus, Olho que tudo vê, Olho de Rá, Olho da Providência): é um símbolo de proteção e poder, pois representa, para a Maçonaria (e outras seitas que utilizam esse símbolo) o olho de seu deus, olhando para a humanidade. Simboliza a onisciência divina e tem ligação com o Delta Radiante (outro símbolo maçônico, em forma de triângulo). Para entender o teor disso, uma busca na Bíblia pode mostrar o Deus pensa acerca de Moloque.
  • Magia Transyuggothiana: é uma forma de projeção astral além dos limites de nosso sistema solar. Acreditam que Deus (o Deus da Bíblia) atua apenas até os limites de nosso sistema solar e que além do planeta Plutão, onde Deus supostamente não teria mais poder, existem deuses muito mais poderosos e muito mais mortais do que Deus e o Diabo. Através da magia transyuggothiana tenta-se alcançar esses deuses em busca de conhecimento e poder.
Além desses, outros pontos como o "Pai do Templo da Paz de Todos os Homens" (conhecido por Baphomet), o culto a Sírus (estrela alfa da constelação de Cão Maior, ou Canis Major, que representa o deus egípcio da violência, da desordem, da traição, do ciume, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e serpentes, chamado Seth, ou Set), e tantos outros, possuem um alto nível de conhecimento ocultista e, portanto, antibíblico.

Em outro momento discutiremos de forma mais específica a questão dos Illuminati, que representa uma Fraternidade Secreta dentro da própria Maçonaria, onde seus iniciados possui características muito distintas:

  1. São de sangue nobre, ou seja, são de alguma família importante nas rodas do poder político e da própria Maçonaria, ou têm posições importantes dentro de grandes corporações; ou
  2. Possuem grande envolvimento em seitas ocultistas e satanistas, devendo estar filiado a algum Rito Maçônico; ou
  3. Possuem tanta influência (política, militar, social ou religiosa) que são convidados sem a necessidade de estar na Maçonaria.

Toda essa doutrina é muito confusa e, por conta disso, abre precedente para diversas interpretações. Isso, por sua vez, faz com que qualquer refutação não seja considerada, pois aquele que a faz teria, segundo seus adeptos, um conhecimento limitado e estaria interpretando errado o significado dessas doutrinas. Vale ressaltar, no entanto, que, por conta do caráter secreto da maçonaria, apenas uma minoria tem acesso a esse nível de informação. Dentro da Maçonaria há, se podemos dizer dessa forma, "camadas" e quem está nas camadas mais externas não tem acesso ao que ocorre nas camadas mais internas, e são nas camadas internas da Maçonaria que o Maçon tem acesso às informações mais ocultas. Geralmente, quem se envolve a esse ponto já passou do grau 33 - apenas a título de curiosidade, o Rito Antigo e Primitivo (ou Rito de Memphis-Misraim, supostamente originado no antigo Egito) possui 97 graus.

Essa confusão, no entanto, serve como a principal arma de satanás para prender seus adeptos nessa teia de mentiras e perdição. Isso tudo, além de atrair os membros cada vez mais para o fundo em busca de conhecimento e poder, impede que os mesmos tenham uma visão clara do que realmente ocorre por trás da Maçonaria e qual é sua verdadeira luz: Lúcifer. Para eles é passado que Lúcifer "não é tão mau assim", pois estaria apenas servindo para prover e equilíbrio necessário entre as forças do bem e do mal. Além disso, é passado que Deus é mau, pois permite tantas atrocidades em meio à humanidade e que Lúcifer apenas cumpre suas ordens. Ou seja, as reais intenções do diabo sempre são ocultadas de seus membros; cada "novo segredo" adquirido nos graus que se seguem dentro do rito apresenta uma nova história, tão mentirosa quanto a anterior. Com isso, torna-se impossível (a não ser pela graça e pelo poder de Cristo) enxergar o cenário real.

Esse sim é o real segredo da Maçonaria, um segredo oculto apenas a seus membros, mas muito claro àqueles que conhecem verdadeiramente as Escrituras. Vemos esse segredo em textos como 2 Coríntios 4:42 Coríntios 10:4, Efésios 2:2, Efésios 6:12, João 12:31, João 16:11.

Portanto, oremos para que os enganos do diabo possam ser trazidos à luz de Cristo e que tantos que estão nas trevas possam ver a Verdadeira Luz (c.f. Tiago 1:17) e abandonar a luz satânica que tem "iluminado" seus caminhos.

"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" [Romanos 12:2 NVI].



Legenda das versões bíblicas utilizadas:
ARA: Almeira Revista e Ampliada
NVI: Nova Versão Internacional

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Como identificar uma seita?

"No passado surgiram falsos profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos mestres. Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. Muitos seguirão os caminhos vergonhosos desses homens e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade. Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda" [2 Pedro 2:1-3 NVI].

Antes de vermos como identificar uma seita ou uma heresia, vamos conceituar esses termos no intuito de evitarmos desentendimentos.

O termo "seita" vem do latim secta; o termo "heresia" vem do grego háiresis. Em ambos os casos a definição, em termos simples, nos remete à ideia de ideologia, movimento, doutrina ou linha de pensamento diferente de um credo ou de um sistema religioso ortodoxo (ou seja, oficial). É a deturpação de um sistema filosófico já instituído. Inicialmente, esses termos não possuíam o teor pejorativo que vemos atualmente. Com o tempo, as palavras Seitas e Heresias foram relacionadas à Apostasia, assumindo então uma conotação negativa. O próprio Cristianismo era tido como uma seita pelos judeus (ver Atos 24:5).

Aplicando isso no cristianismo, uma seita (ou uma heresia) é uma doutrina que desvia-se (parcial ou totalmente) dos fundamentos da fé cristã apresentados na Bíblia, que cremos ser a verdadeira palavra de Deus (c.f. Romanos 16:25-26).

Considerando a ortodoxia doutrinária Cristã, podemos estabelecer quatro caminhos seguidos pelas seitas:

  1. Adição: adiciona algo à Palavra de Deus, não considerando a Bíblia como único código doutrinário (ver Colossenses 2:8-9). Exemplos:
    • Mormonismo: diz crer na Bíblia, mas apenas em sua própria tradução (Tradução do Novo Mundo, publicada pela Sociedade Torre de Vigia). Além disso, afirmam que o Livro de Mórmon (supostamente concedido a Joseph Smith por um anjo em placas de ouro) também representam a palavra de Deus;
    • Espiritismo Kardecista: apesar de estudarem a Bíblia, os espíritas têm como base a doutrina dos espíritos codificada por Allan Kardec, utilizando um evangelho conhecido por "Evangelho segundo Allan Kardec".
  2. Subtração: retira algum atributo da Trindade. Exemplos:
    • Testemunhas de Jeová e Maçonaria: subtraem a divindade de Jesus, acreditando que foi apenas um profeta, mas não o filho de Deus (ver João 1:1, 14);
    • Legião da Boa Vontade (LBV): subtraem a natureza humana de Jesus, alegando que Ele não tinha um corpo real devido à sua natureza espiritual, mas que era uma manifestação ilusória (ver 1 João 4:3).
  3. Multiplicação: Exige mais do que crer em Jesus. Exemplos:
    • Seicho-No-Ie: nega a eficácia da obra redentora de Jesus e o valor de Seu sangue para a remissão de pecados, alegando que o pecado não existe (assim como no Xintoísmo) e que todos somos deuses. Consequentemente teríamos a "auto-salvação" (ver Atos 4:12);
    • Catolicismo Apostólico Romano: prega a intervenção de Maria e dos santos mortos junto ao Pai por nós, além da criação de seus dogmas (ver João 14:6).
  4. Divisão: divide a fidelidade entre Deus e a organização; prega que não existe salvação fora da religião. Muitas se posicionam como a restauração do Cristianismo Primitivo, que teria sucumbido à apostasia. Outras ensinam que todas as religiões são boas e eficazes  para a salvação (ver Gálatas 1:8). Exemplos:
    • Baha'i: diz que, segundo Deus, ela foi criada para unificar as religiões;
    • Adventistas do Sétimo Dia: pregam que por guardarem o sábado, serão os únicos a receberem a salvação;
    • Congregação Cristão no Brasil e Igreja Cristã Maranata: ambas são exclusivistas, alegando que não haverá salvação para cristãos de outras denominações.

Jesus já havia alertado-nos: "E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos"[Mateus 24:11 ACF]. E é o que temos visto: muitos sendo enganados, com suas mentes cauterizadas por enganos e mentiras. Alguns ensinos são toscos, mas muitos outros chegam ser "fundamentados na Bíblia", de forma que enganam muitos os que afirmam conhecer as Escrituras. Temos de estar atentos e, como os cristão de Beréia (c.f Atos 17:11), buscarmos na palavra (através de um devocional guiado pelo Espírito Santo e de um estudo sistemático) se tudo aquilo que diz vir de Deus é realmente Dele (1 João 4:1).

"Vigiai justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm o conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa" [1 Coríntios 15:34 ACF].




Legenda das versões bíblicas utilizadas:
ACF: Almeida Corrigida e Fiel
NVI: Nova Versão Internacional