domingo, 2 de fevereiro de 2014

Os 10 chifres, 10 reis de Apocalipse

"Vi uma besta que saía do mar. Tinha dez chifres e sete cabeças, com dez coroas, uma sobre cada chifre, e em cada cabeça um nome de blasfêmia" [Apocalipse 13:1 ACF]

"E os dez chifres que viste são dez reis, que ainda não receberam o reino, mas receberão poder como reis por uma hora, juntamente com a besta" [Apocalipse 17:12 ACF].

O livro de Apocalipse foi escrito por volta do ano 90 da era cristã pelo apóstolo João (na época era a última testemunha ocular viva da morte e ressurreição de Cristo), que registrou as visões que Deus havia lhe dado enquanto estava recluso na Ilha de Patmos (uma ilha grega, localizada no Mar Egeu há 55 km da costa da Turquia).

O livro do Apocalipse utiliza um estilo literário chamado de "Apocalíptica Judaica" que é rico em figuras de linguagem, tornando sua compreensão muito difícil.

Por conta disso, muitos exegetas bíblicos, teólogos e estudiosos de escatologia tem divergido em suas interpretações ao longo da história. Para se ter uma ideia, apenas sobre a questão do arrebatamento há 3 teorias sobre o momento de sua ocorrência: antes da Grande Tribulação, no meio da Grande Tribulação e após a Grande Tribulação. (Veja o artigo Quando ocorrerá o arrebatamento? publicado neste blog para uma breve exposição sobre o tema).

Dentre as profecias do livro de Apocalipse, uma das que mais chama atenção e, portanto, compreende grande número de especulações sobre sua interpretação, é a dos dez chifres da primeira besta, que representam dez reis. Segundo essa visão que João tivera, os dez reis darão sua autoridade de governo ao Anticristo (primeira besta, que subiu o mar).

A grande questão é: quais serão os dez reis? Muito tem-se especulado ao longo da história e várias listas com sugestões de "candidatos" têm sido elaboradas, todas elencando dez nações dentre as potências mundiais do momento. Contudo, até que se chegue o momento profetizado pelo apóstolo João, não há como ter certeza; tudo será mera especulação. Todavia, temos que ter consciência de que a concessão desse poder sobre essas dez nações ao Anticristo tem como único objetivo que o mesmo possua autoridade sobre todo o mundo. Por isso, não creio ser utópico afirmar que esses dez reinos representem, na verdade, todo o mundo.

Jesus, em seu Sermão Escatológico no Monte das Oliveiras  (Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21) já nos advertia a observar os sinais de Sua vinda. Para tal, temos que observar os acontecimentos de nossa era, pois tais nos mostrará os sinais do cumprimento das profecias.

Para compreendermos o rumo que mundo irá tomar, temos que saber quem controla o mundo. Há diversos grupos (Clube Bilderberg, Comissão Trilateral, Conselho de Relações Internacionais, ONU, G7, etc), cujo rol de membros é composto por líderes mundiais políticos, militares, religiosos, empresariais e em suas reuniões são tratadas estratégias para governança de suas instituições. Uma vez que estes líderes estão no controle de entidades globais, suas decisões necessariamente terão influência na forma como o mundo será administrado. Vale ressaltar que esses grupos não definem (pelo menos por enquanto) leis, mas apenas conselhos, instruções a seus membros. Mas não podemos ser ingênuos ao ponto de pensar que gastariam milhares de dólares e dias em encontros para não seguirem o que for definido!

Um desses grupos é chamado de Clube de Roma. Coincidência ou não, a besta, na visão de João, e na profecia dos quatro monstros do profeta Daniel (Daniel 7), representa Roma. O Clube de Roma, composto por vários intelectuais de diversas áreas (entre eles o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso), identifica questões cruciais e problemas da humanidade e elabora documentos que servem de parâmetro para definição das políticas adotadas mundialmente.

Um desses documentos se chama Mankind at the Turning Point (Humanidade no Ponto de Mudança, em uma tradução livre). Foi emitido em 1974 e trata da questão ambiental e de uma proposta para uma maneira sustentável de gestão global. Dentre os pontos abordados, podemos destacar:

  • Identifica o ser-humano como o câncer do planeta;
  • Diz que o crescimento da população deve ser contido;
  • Propõe o uso ético dos recursos naturais;
  • Destaca a necessidade de se desenvolver uma consciência global.
Tais pontos não parecem diferirem do que atualmente vemos em reuniões cujas agendas estão voltadas à causa ambiental. Contudo, há um ponto que quero destacar. O documento afirma que "uma reestruturação horizontal do mundo é necessária", ou seja, a forma de relacionamento entre diferentes regiões do globo, e fala da necessidade de uma "reestruturação vertical", ou seja, a mudança das atitudes e objetivos da humanidade no tocante às questões ambientais e sociais. Essa reestruturação vertical é algo que vemos já há muitos anos e creio ser de fato importante. O ponto que vem de encontro com o assunto proposto por esse post é a forma como, segundo o Clube de Roma, seria essa reestruturação horizontal.

O Clube de Roma propôs, nesse documento, que o planeta fosse divido em dez regiões, dez grupos macroeconômicos. Seguem abaixo o modelo apresentado pelo Clube de Roma:


São elas:
  1. América do Norte
  2. Europa Ocidental
  3. Japão
  4. Austrália, Africa do Sul e o resto da economia de mercado do mundo desenvolvido
  5. Europa Oriental (incluindo a Rússia)
  6. América Latina
  7. Norte da África e oriente Médio
  8. África Tropical
  9. Sul e Sudeste Asiático
  10. China
Esta é apenas uma proposta do Clube de Roma, mas já podemos ver o andamento da organização das regiões 1, 2, 3, 6, 8, 9 e 10. Apenas reiterando, os documentos elaborados pelo Clube de Roma têm sido balizadores das decisões tomadas em todo o mundo.

Comparando essa proposta com as profecias acerca dos dez reinos que vê-se em Apocalipse, vemos que, uma vez que esses dez governantes concedam ao Anticristo o poder sobre suas regiões, ele terá nas mãos o controle sobre todo o mundo.

Não posso afirmar que esses são exatamente os dez reinos descritos na profecia, mas ao observarmos os acontecimentos do mundo, as decisões tomadas e quem tem elaborado as decisões, creio que não teremos um resultado muito diferente do que o próprio Clube de Roma nos apresentou.

"Eis que venho em breve! Feliz é aquele que guarda as palavras da profecia deste livro" [Apocalipse 22:7 NVI].



Legenda das versões bíblicas utilizadas:
ACF: Almeida Corrigida e Fiel
NVI: Nova Versão Internacional

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