sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Cristianismo e Maçonaria

"Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás" [Mateus 4:10 ACF].

O tema "Maçonaria" nunca foi superado pela igreja, pelos cristãos. É um assunto que de tempos em tempos volta a ter destaque no meio evangélico. Muita especulação é observada, mas também pudera, estamos falando de uma organização secreta, quer dizer, discreta (como eles mesmos afirmam). Muitos afirmam que é só uma fraternidade homens bens-sucedidos e voltados à filantropia, outros afirmam ser uma sociedade satanista.

Não é o foco do presente texto discursar sobre as questões ocultas da Maçonaria, mas sim sua compatibilidade com a doutrina de Cristo. A própria Maçonaria afirma ser possível um Cristão ser Maçon; algumas igrejas concordam, outras não! Mas ao analisarmos as características da Maçonaria à luz das Escrituras podemos chegar ao veredito, pautado na Verdade.

A própria história da Maçonaria possui pontos de discordância entre seus membros. Sua origem é uma incógnita; uns afirmam que surgiu na Escócia, outros, em Londres. Há quem diga que a real origem da Maçonaria está relacionada à construção do tempo de Salomão, cuja história é observada em 1 Reis 6. Essa afirmação, no entanto, pode ser refutada facilmente. Primeiro, escritores maçons como Albert Pike e Jorge Buarque Lira dizem que as verdadeiras origens da Maçonaria estão ligadas a religiões místicas do Oriente. Além disso, em 2 Crônicas 7 vê-se claramente que o Templo está relacionado à existência de um único Deus, classificando os demais como falsos. Uma vez que a Maçonaria não adora um único Deus, admitindo em seus altares livros de diversas religiões (representando diferentes deuses), não podemos vincular o Templo erguido por Salomão com a origem da Maçonaria.

Um ponto colocado pela Maçonaria que, segundo ele, seria plenamente possível um Cristão ser Maçon é que a Maçonaria não seria uma religião. Vamos analisar, então, alguns detalhes da Maçonaria à luz das Escrituras.

Primeiro, a Maçonaria venera uma divindade chamada GADU (Grande Arquiteto do Universo), que mais adiante em seus ritos é apresentada como Jahbulon (que é uma união de JAH, nome de Deus no Salmo 68:4; BAAL, divindade cananeia adorada por Jezabel e condenada por Deus, como vemos em 2 Reis 10:27; ON, que simboliza Osíris, divindade adorada pelo antigos egípcios, de quem a Maçonaria tomou diversos simbolismos). Esse nome (Jahbulon) é adotado também por uma organização ocultista chamada Ordo Templi Orientis, que teve como líder Aleister Crowley (assumidamente satanista). Essa divindade obviamente que não representa YHWH (Javé, Iavé ou Jeová), o Deus da Bíblia, de Abraão, de Isaque, de Jacó. Diz a Palavra: "O Senhor, teu Deus, temerás, a ele servirás, e, pelo seu nome, jurarás. Não seguirás outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que houver à roda de ti" [Deuteronômio 6:13-14 ARA]. 

O GADU, dentro da doutrina maçônica, é interpretado como um deus único, mas sem uma definição específica, cabendo a quem o venera definir dentro de sua crença. Por exemplo: para os cristãos, GADU é venerado como Javé, para os muçulmanos é venerado como Alá, para os satanistas, como Lúcifer, e assim por diante.

Segundo, em seus próprios rituais, o livro santo que utilizam em seus altares depende da região geográfica em que está situada a Loja Maçônica (como são chamados seus templos). Em uma nação cristã, adotam a Bíblia como símbolo da presença e do governo de Deus. Contudo, em um país muçulmano, adotam o Alcorão, fazendo com que Alá seja venerado. E assim ocorre em nações com outras religiões. Diz a Palavra: "Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois, não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura" [Isaías 42:8 ARA].

Terceiro, a Palavra diz: "Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado" [Lucas 12:2-3 ACF]. Contrariando isso, a Maçonaria, segundo Nicola Aslan e Adolfo Terrones Benitez (reconhecidos escritores maçônicos),  utiliza três pontos (∴) como um artifício para ocultar o conteúdo de seus documentos aos profanos (que, segundo eles, são os que não fazem parte da Maçonaria). A utilização desses três pontos dá-se abreviando as palavras de forma que apenas os maçons tenha ciência de seu conteúdo. Seguem alguns exemplo da utilização desses três pontos: Ap∴ (Aprendiz); Al∴ (Altar); Maç∴ (Maçon); Maçon∴ (Maçonaria); A∴ M∴ (Aprendiz Maçon); M∴ M∴ (Mestre Maçon); S∴ M∴ (Soberano Grão-Mestre); S∴ A∴ do U∴ (Supremo Arquiteto do Universo).

Quarto, no rito iniciático do 1º grau (Aprendiz), é perguntado à pessoa de onde ela vem. A resposta deve ser: "Venho das trevas para a luz".  Diz a Palavra: "Porque outrora vocês eram trevas, mas agora são luz no Senhor. Vivam como filhos da luz" [Efésios 5:8 NVI]. Se um cristão está na luz do Senhor, como podem afirmar que estão nas trevas?

Quinto, Albert Pike em seu livro Morals and Dogma afirmou: "A Maçonaria está em busca da Luz. Essa busca leva-nos direto, como você pode ver, à Cabala". Disse também: "Todas as religiões verdadeiramente dogmáticas surgiram da Cabala e retornam a ela; tudo científico e grandioso nos sonhos religiosos dos Iluministas... todas as associações maçônicas devem a ela seus segredos e seus símbolos". A Cabala é uma filosofia esotérica ligada a várias seitas ocultistas. Além disso, em um livro chamado Os segredos da antiga bruxaria (The Secrets os Ancient Witchcraft - Arnold e Patricia Crowther) encontramos as seguintes palavras: "Nos ritos modernos da feitiçaria, encontramos termos e expressões que também são empregados na Maçonaria, na Alvorada Dourada, e em outras sociedades ocultistas".

Sexto, um dos símbolos tido como "mágico" dentro da Maçonaria para orientação do caminho que percorrem (Caminho do Diácono, como é conhecido) é chamado de "Árvore da Vida". Esse mesmo símbolo é utilizado, além da Cabala (citada anteriormente), em uma ordem ocultista chamada Astrum Argentum, fundada por Aleister Crowley.

Segue abaixo uma representação da Árvore da Vida, utilizada na Maçonaria, na Cabala e na Astrum Argentum:



Sétimo, a Maçonaria alega não ser uma religião, mas possui templos, um deus, doutrinas, batismos, iniciações, votos, altar, adoração, orações.

Oitavo, a Maçonaria nega a divindade de Jesus, colocando-o por igual junto a tantos outros profetas e pensadores. Diz a Palavra: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. [...] E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade" [João 1:1, 14 ACF].

Nono, a luz que a Maçonaria procura, segundo Albert Pike, é lúcifer. Veja o que ele disse em seu livro Morals and Dogma: "Lúcifer, o portador da luz... É ele quem porta a luz? Não duvides". Albert Pike, certa vez disse aos conselhos supremos da Maçonaria: "... todos nós iniciantes dos graus superiores devemos preservar a religião maçônica na pureza luciferiana. Se lúcifer não fosse deus, será que Adonai, o Deus dos cristãos, cujas ações provam sua crueldade, perfídia e ódio dos homens, seu barbarismo e repulsa a ciência, será que Adonai, e seus sacerdotes o caluniariam? Sim, satanás é deus. Assim sendo, a verdadeira e pura religião é a crença em lúcifer, o deus de luz e bondade que está lutando pela humanidade contra Adonai, o deus das trevas e do mal".

Por essas  e tantas outras razões (as quais sequer precisam ser mencionadas diante das quais já elencamos no presente artigo) podemos afirmar que um Cristão, verdadeiramente temente a Deus, jamais pode filiar-se à Maçonaria. E uma igreja, comprometida fielmente com a Palavra de Deus, não pode aceitar em seu rol de membros e em seu quadro de obreiros membros da Maçonaria.

"Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor;E não toqueis nada imundo,E eu vos receberei;  eu serei para vós Pai,E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso" [2 Coríntios 6:14-18 ACF].



Legenda das versões bíblicas utilizadas:
ACF: Almeida Corrigida e Fiel
ARA: Almeida Revista e Atualizada
NVI: Nova Versão Internacional

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Quando ocorrerá o arrebatamento?

"E então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória. E ele enviará os seus anjos, e ajuntará os seus escolhidos, desde os quatro ventos, da extremidade da terra até a extremidade do céu" [Marcos 13:26-27 ACF].

O arrebatamento da igreja é um dos fatos mais aguardados pelos cristãos desde a ascensão de Cristo de sobre o Monte das Oliveiras (c.f. Atos 1:9). Uma longa e inconclusiva discussão tem se desenrolado no meio cristão acerca da possibilidade e do momento da ocorrência desse fato. Muitas igrejas e líderes marcaram datas para o arrebatamento, mas como podemos constatar nenhuma estava certa.

As diferentes interpretações desse tema nas Escrituras têm levado a muitas especulações por parte de pastores, pregadores, escritores e teólogos. A Palavra é uma só, mas muitas são as explicações, inclusive entre os grandes estudiosos da Bíblia; não há um consenso universal. Portanto, deve-se ter muita humildade ao tratar de assuntos referentes aos acontecimentos finais (escatológicos).

A maior parte dos textos bíblicos que tratam do tema estão no livro do profeta Daniel e nas revelações do apóstolo João, registrada no livro de Apocalipse. Esse é o primeiro problema por conta do qual há tantas divergências entre as teorias apresentadas: ambos estão escritos em um estilo literário chamado de Apocalíptica Judaica. Esse estilo utiliza diversas figuras de linguagem para retratar os eventos que foram revelados por Deus. Essas figuras não visam apenas informar, mas transmitir emoções através das imagens que representam. Isso faz com que a interpretação, quando não feita através de longa análise das Escrituras e do auxílio incondicional do Espírito Santo, seja tendenciosa a exprimir as idéias de quem a faz.

Por outro lado, o apóstolo Paulo menciona diversas vezes fatos ligados aos acontecimentos finais (c.f. 1 Tessalonicenses 4:13-181 Tessalonicenses 5:1-4, 2 Tessalonicenses 21 Coríntios 15:51-53, etc). Além dele, vemos também o apóstolo João tratar do assunto em sua primeira epístola (1 João 2:18-29). Contudo, nem Paulo, nem João e nem qualquer outro apóstolo registrou um postulado escatológico ou apresentou uma completa teologia escatológica através qual possamos definir uma posição central bíblica acerca de diversos aspectos que envolvem esse ponto.

É por conta disso que a compreensão da escatologia torna-se penosa e as conclusões não são unânimes. Ademais, devemos ter em mente que, apesar desses acontecimentos finais estarem no foco da obra de Cristo, o conhecimento acerca dos tempos por nós não é o objetivo de Deus - isso fora expressado por Jesus no momento de sua ascensão: "Aqueles, pois, que se haviam reunido perguntaram-lhe, dizendo: Senhor, restaurarás tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder" [Atos 1:7-8 ACF].

Com isso em mente, como podemos, então, compreender o que Deus nos disse sobre o arrebatamento através das Escrituras? Creio que o caminho mais confiável é através das palavras de Jesus, proferidas em seu Sermão Escatológico realizado no Monte das Oliveiras e registrado em Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21.

Em uma primeira análise dos textos, percebemos claramente algo que vai contra muita coisa que vem sido pregada e ensinada em grande parte das igrejas: Jesus em momento nenhum fala de um arrebatamento secreto para a igreja ou para seus escolhidos. Ou seja, essa ideia de que Jesus viria e arrebataria sua Noiva para encontra-se com Ele nas nuvens de maneira que os que ficassem na Terra não compreenderiam não é mencionada por Jesus. Pelo contrário, Jesus afirma que Sua vinda seria em glória e vista por todos (c.f. Mateus 24:30, Marcos 13:26 e Lucas 21:27) e que só então reuniria Seus escolhidos. Essa análise permite-nos ver claramente que isso não ocorrerá sem que antes ocorra um período de grande tribulação, que até então não ocorrera no mundo. Em outras palavras, os que serão ajuntados pelos anjos no momento da vinda de Cristo (ou seja, os salvos), segundo as palavras do próprio Jesus, estarão na Terra no momento em que esses fatos ocorrerem.

Para distorcer esse entendimento, muitos afirmam que essa mensagem era apenas para os Judeus, pois a igreja não existia naquele momento. Se essa explicação fosse válida, teríamos, pela mesma lógica, que admitir que todas as bençãos que Deus, no antigo testamento, prometeu não são para nós, pois quando Deus as proferiu a igreja não existia... Muitos esquecem que somos descendentes espirituais de Abraão e que as palavras de Deus para Seus descendentes também servem para nós (ver Gálatas 3:6-14).

Outro texto bíblico utilizado para refutar esse ponto é que, segundo 2 Tessalonicenses 2:7, no momento da Grande Tribulação o Espírito Santo, que seria quem estaria impedindo que o Anticristo se manifestasse e marcasse o início da Grande Tribulação, seria retirado da Terra e, portanto, a igreja também. Todavia, não há no texto qualquer menção de que seria de fato o Espírito Santo que estaria impedindo esse acontecimento. Muitos comentaristas bíblicos inferem que, além do Espírito Santo, as outras opções que poderiam preencher essa lacuna seria: 1) o governo e as leis, ou 2) a igreja e sua obra e oração. Não há uma confirmação bíblica nem tampouco uma concordância. Por conta disso, não se pode citar esse texto dentro do contexto no qual normalmente é posto, como uma prova do arrebatamento antes da Grande Tribulação.

Contudo, através de um estudo mais aprofundado do Sermão Escatológico, podemos chegar a 3 conclusões:
  1. Jesus não nega a existência do arrebatamento, mas mostra que não será secreto; ocorrerá no momento em que Sua vinda, após as aflições daqueles dias, estiver sendo contemplada por todos e os anjos terão, então, saído para reunir os salvos;
  2. O fato do arrebatamento ocorrer após a tribulação não anula as promessas de Deus de que livraria seu povo da angústia daqueles dias, pois vemos, como exemplo disso, que durante as guerras que Josué travou Deus não impedia as batalhas, mas livrava Seu povo da morte e concedia a vitória;
  3. O foco de Cristo não é poupar Seu povo da aflição, pois ele mesmo disse que teríamos aflições nesse mundo (c.f. João 16:33), mas sim salvar-nos e demonstrar Seu poder através de nossa fé de que mesmo que andássemos no vale da sombra da morte, não temeríamos mal algum por conta de Sua  presença conosco (c.f. Mateus 28:20).
Não importa, no entanto, quando ocorrerá o arrebatamento. Nosso foco deve ser o de estar com o Senhor a todo momento, amando-o incondicionalmente e servindo prontamente. Seu livramento certamente virá no momento oportuno.

Deixo a seguinte palavra do apóstolo Pedro para nosso encorajamento:

E qual é aquele que vos fará mal, se fordes seguidores do bem? Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis;Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo. Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal. Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito. [1 Pedro 3:13-18 ACF].



Legenda das versões bíblicas utilizadas:
ACF - Almeida Corrigida e Fiel

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A Bíblia e as doutrinas da Congregação Cristã no Brasil (CCB)

"Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim" [João 5:39 ARA].

Essa explanação não visa, em momento algum, desabonar membros da CCB nem tampouco exprimir juízos pertinentes à salvação de seus membros, pois a Bíblia mesmo cita (em Atos 4:12, e tantos outros versos) que é Jesus Cristo o autor de toda obra salvífica. No entanto, quando João (em 1 João 4:1) nos manda provar os espíritos para ver se procedem de Deus, mostra-se claramente a necessidade de avaliar, à luz de Deus, onde estão realmente fundamentadas as doutrinas que nos são pregadas.

Um dos pontos a se destacar é a ideia de exclusividade que há na CCB, onde apenas essa obra, segundo seus membros, conduz à salvação - na verdade, outras igrejas como as Testemunhas de Jeová, Mórmons, Cristã Maranata, etc, também dizem-se exclusivas na condução à salvação. A salvação, contudo, existe apenas em Jesus (c.f. Atos 4:12, João 14:6, 1 Timóteo 2:5) e não em uma determinada denominação; é seguindo-O que seremos salvos (c.f. Mateus 16:24, Marcos 8:34, Lucas 9:23) e não por conta de doutrinas feitas segundo o conselho de homens. Ele mesmo (c.f. Mateus 23:13) já repreendera os Fariseus pelo fato de se considerarem exclusivamente dignos da salvação.

Em Jeremias 7, Deus alerta seu povo acerca da condenação por conta do seu afastamento de Deus. Diz que o caminho da salvação está em andar conforme Seus preceitos, e não na confiança no Templo. A CCB sita as obras da salvação, mas omite as verdades bíblicas de que a exclusividade da salvação encontra-se em Cristo, e não sob os tetos de seus templos.

Outro ponto errôneo na doutrina da CCB é a crença da regeneração através do batismo, por conta de uma equivocada interpretação do texto em Colossenses 2:12. O texto em questão afirma que no batismo fomos sepultados com Cristo, mas que fomos ressuscitados (ou seja, tivemos nossas vidas regeneradas) através da fé no poder de Deus, que ressuscitou Cristo dentre os mortos.

Em Marcos 1:4 vemos que o batismo de João Batista, aquele feito nas águas, era para arrependimento; era um símbolo, uma cerimônia que ocorria logo após o arrependimento. Em 1 João 1:9 vemos que ao nos arrependermos, Deus nos purifica do pecado. Com isso, vemos que no momento do batismo, quando já nos arrependemos de nosso pecado, Deus já nos purificou. Ao crer que a regeneração provém do cerimonial do batismo, tiramos de Deus a glória que Lhe é devida e a colocamos nas obras das mãos humanas.

Não afirmo, contudo, a nulidade do batismo, pois segundo as escrituras: "Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado" [Marcos 16:16 ARC].

Em Atos 9:18 vemos o momento em que Saulo de Tarso fora batizado pelo Espírito Santo, tendo sua vida regenerada por Deus. Não é mostrado no texto qualquer cerimonial batismal.

Outra falha é a crença na transubstanciação dos elementos da Santa Ceia. Creem que o pão e o vinho tornam-se de fato o corpo e o sangue de Cristo, respectivamente. Em Lucas 22:7-23 vemos o momento em que Cristo celebra a ceia com seus discípulos. Se de fato há a transubstanciação dos elementos da ceia, teria Cristo comido do próprio corpo e bebido do próprio sangue?

A salvação por meio de obras é outro ponto em que a CCB fundamenta sua doutrina. Contudo, a Bíblia é clara: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" [Efésios 2:8-9 ARC]. A Bíblia declara que nossa justiça é como trapo de imundícia (Isaías 64:6), que a fé em Deus é nos imposta como justiça (Romanos 4:2-5), que é a através da fé que somos justificados (Romanos 5:1), que é pela graça de Cristo que somos salvos (Atos 15:9-11), que é pela misericórdia de Jesus e pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo que somos salvos (Tito 3:5-6), que é crendo em Jesus que teremos a vida eterna (João 3:36). A Bíblia afirma que todos os que querem ser justificados pelas obras de obediência estão debaixo de maldição (Gálatas 3:9-12, 2 Coríntios 3:6-9).

Ao negar que é por meio exclusivo da graça e da misericórdia de Cristo que somos salvos, a CCB nega a necessidade da morte de Cristo e de Sua obra salvífica. Disse Paulo (c.f. Gálatas 2:21 NVI): "Não anulo a graça de Deus; pois, se a justiça vem pela lei, Cristo morreu inutilmente".

Uma outra negligência observada na CCB é a rejeição ao estudo sistemático das Escrituras. Segundo sua doutrina, o estudo bíblico é carnal e deve ser rejeitado. Se a busca pela verdade na Palavra de Deus é tida como errada, como comprovar que as doutrinas difundidas na CCB são realmente da parte de Deus?

Em Atos 17:11 vemos a história da igreja de Beréia, onde estudavam as Escrituras para ver se o que Paulo falava era a verdade. Ou seja, o padrão da verdade não era a afirmação do próprio Paulo que falava que vinha em nome de Jesus, mas sim as Escrituras. Vemos também em Atos 18:24-28 que Apolo tinha um conhecimento profundo das escrituras e sempre que discutia com os Judeus, provava  que Jesus era o Messias pelas escrituras. Textos como Salmos 119:97-99, Salmo 1:2Isaías 34:161 Timóteo 4:13, 2 Timóteo 2:15, etc, também mostram a necessidade do estudo das Escrituras.

Outra doutrina anti-bíblica da CCB é a do Sono da Alma: afirmam que a alma dorme inconscientemente após a morte, sendo despertada apenas no momento da ressurreição que Cristo promoverá no Dia do Juízo. Vemos que isso é uma incongruência com a verdade se analisarmos as histórias de Estêvão (Atos 7:54-60) e a parábola do Rico e de Lázaro (Lucas 16:19-31). Vemos em Lucas 23:43 Jesus afirmando a um dos bandidos que fora crucificado junto a Ele que naquele mesmo dia estaria com Cristo no paraíso.

A CCB é, também, cheia de dogmatismos doutrinários que não refletem as verdades bíblicas. Não permitem realizar casamentos nos templos, pois acreditam que são sagrados. Mas vemos na Bíblia que Deus não habita em templos feitos pelas mãos humanas (c.f. Atos 7:48 e Atos 17:24) e que nós somos a casa de Deus, Seus templos, Suas moradas (c.f 1 Pedro 2:5, 1 Coríntios 3:16 e 1 Coríntios 6:19). Não comemoram o natal (afirmando ser uma festa mundana), mas esquecessem-se que em Lucas 2:8-20 vemos anjos da parte de Deus comemorando o primeiro natal. Na Santa Ceia dizem que aqueles que a celebram com vários cálices estão alterando a Palavra de Deus, mas não há, nas Escrituras, qualquer determinação acerca da quantidade de cálices a ser utilizada.

Como já afirmei, não busco, com esse texto, desabonar os irmãos que congregam na CCB, mas apenas expor as verdades bíblicas contra as quais a doutrina da CCB se levanta. Não afirmo também que haja alguma denominação eclesiástica infalível, pois apenas Cristo o é. Oro apenas para que a verdade das Escrituras Sagradas sejam plantadas nos corações dos irmãos que congregam na CCB e que essa semente venha frutificar. Oro para que eles abram seus corações à Palavra de Deus e à Sua sã doutrina, testificada por Cristo e registrada na Bíblia.

"A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!" [2 Coríntios 13:13 ARC].




Legenda das versões Bíblicas utilizadas:

ARC - Almeida Revisada e Corrigida
ARA - Almeida Revisada e Atualizada
NVI - Nova Versão Internacional